Taxistas são os melhores sensores para capturar o espírito de uma cidade, uma vez em que eles são o resumo das dinâmicas sociais entre os cidadãos. Os taxistas de Bogotá tem sido heróis e vilões, mas a má reputação prevalece já que estão associados com direção perigosa, roubos e golpes. Porém, alguns estão usando a tecnologia móvel para melhorar essa imagem e mudar as regras de um negócio dirigido por mais de 50 mil táxis.
Quem é @Hugoleonrojito?
Em março de 2011 o taxista Hugo Valenzuela (@hugoleonrojito), motivado pelo que ouvia na rádio sobre o Twitter, começou a oferecer sues serviços aos seguidores da rede social que poderiam agendar uma corrida através de um reply ou hashtag. Através do boca a boca, sua ideia começou a atrair mais pessoas e seis meses depois a história foi publicada pelo jornal El Espectador, amplificada na rádio peça La W e transmitida na TV pelo canal local City TV.
Sua fama e seguidores cresceram a níveis estratosféricos, inspirando outros taxistas a adotar o mesmo mecanismo e, quase por acidente, criar um sistema de transporte alternativo para um grupo bem específico influente de Bogotá: Los Twitteros – usuários pesados do Twitter. @Hugoleonrojito decidiu apostar na qualidade dos serviços e seu modelo como motorista, utilizando o twitter para quebrar barreiras entre taxistas e cidadãos.
A tecnologia e os taxistas
A adoção massiva de smartphones, que começou na Colômbia através dos Blackberries e a operadora Tigo em 2011 mais a redução dos preços e pacotes pré-pagos, facilitou o acesso aos usuários em seguimentos mais baixos da população, como @Hugoleonrojito, que tem um forte e natural senso curiosidade pela tecnologia. Hoje, empresas como a brasileira Easy Taxi começam a ameaçar operadoras de táxi convencionais , muitas das quais ainda estão operando exclusivamente através de telefones.
Insights: Taxistas do Twitter
Utilizam a tecnologia como diferencial focando na melhoria do serviço prestado, não só na novidade
Encontram usos inovadores e transformadores para as mídias sociais e ferramentas online, resolvendo problemas complexos como insegurança e desconfiança
Fazem serviços para um nicho conectados pela mesma tecnologia para assim ir além da segmentação tradicional.
Insights: Pessoas
O acesso a internet na Colômbia cresceu de 36% (2006) para 64%(2012) na população de áreas urbanas. Porém ainda há muita diferença entre as classes sociais. O Acesso em classes mais altas é de 89%, porém em classes baixas apenas 35%.
Desconfiança é um problema em Bogotá, nutrido pela insegurança e corrupção, tópicos associados ao profunda e complexa fragmentação cultural nas grandes cidades Latino-americanas.
Estações de rádio, predominante em ônibus, táxis, e veículos particulares aumentaram sua audiência usando o Twitter e outros canais digitais, estendendo sua influência.
Futuro
É o acesso a uma determinada tecnologia e não somente sua existência que determina seu impacto. Fatores como preço e usabilidade são chaves para o mercado colombiano.